Parque Nacional Peneda-Gerês: Roteiro de 3 dias
Juntamos uns diazinhos e fomos descobrir o Parque Nacional Peneda-Gerês, que já tinha vontade de ir há tempos.
O Parque Nacional Peneda-Gerês se divide por 3 distritos de Portugal: Braga, Vila Real e Viana do Castelo, mesmo junto à fronteira com a Espanha, a pouco mais de 400km de Lisboa e 100km do Porto.
Quem segue o Viver Portugal no Instagram conseguiu acompanhar essa viagem toda pelos stories e agora, conforme prometido, vou colocar uma sugestão de roteiro para 3 dias, de acordo com o que fizemos no parque.
Vale lembrar que tentamos fugir um pouco da rota super turística do parque, para tentar descobrir outros lugares também.
Na verdade, ficamos pouco mais de 3 dias, mas na metade de um dia (como chegamos tarde) só vimos o Miradouro da Pedra Bela, que deve estar incluído em qualquer visita.
Tente ir ao fim do dia para curtir o pôr-do-sol que é completamente espetacular com um visual indescritível para a Vila do Gerês e o Rio Cávado, a 829 metros de altitude.
Como fica bem pertinho da Vila do Gerês (recomendo se hospedarem na vila mesmo, porque é um dos lugares mais centrais), é fácil de chegar e é até caminho para a Cascata do Arado. Então, não vão faltar chances de dar um pulinho lá.
DIA 1
Cascata de Pincães
Siga até a Aldeia de Pincães e estacione o carro (pode ser logo na entrada, o que fizemos, ou próximo ao acesso a trilha). A trilha até a cascata de Pincães dura 20 minutos mais ou menos. Uma parte do caminho é largo, como se fosse uma estrada de terra batida, depois ao se aproximar de um antigo moinho abandonado e siga pela direita, que o caminho segue por entre as pedras (mas não dura nem 5 minutos). Logo, em seguida, vai se deparar com a cascata.
Nós fomos logo de manhã (estávamos lá por volta das 10h) e o sol ainda não batia na cascata, o que faz ela ficar incrivelmente ainda mais bonita. Mas acredito que a hora ideal do sol deve mudar de acordo com a época do ano. Entretanto, como preferimos pegar as cascatas mais vazias (que é pela manhã), infelizmente não pegamos com muito sol batendo na água.
Ponte da Misarela
Bem perto da Cascata de Pincães, a menos de 8km, você encontra a famosa Ponte da Misarela, conhecida também como Ponte do Diabo.
Porque reza a lenda que, foi construída pelo próprio diabo, quando um malfeitor pediu ajuda para atravessar o precípicio para fugir de seus crimes e em troca ofereceu sua alma.
Deixe o carro na Rua do Teixeira e siga a pé, sempre pela estrada de terra batida, por mais ou menos 15 minutos.
O visual vai te deixar deslumbrado, de uma lado um cascata e de outro pequenos lagos do Rio Rabagão, sendo um lado do rio Braga e do outro Vila Real.
Cascata Cela Cavalos
Em direção a Pitões das Júnias, você vai se surpreender no caminho com a aldeia da Ponteira, um pequena aldeia em meio a muitas pedras e com vistas surpreendentes para a Serra do Gerês e a Barragem de Paradela.
Quando chegar próximo a Barragem de Paradela, é só seguir as placas em direção à Cascata de Cela Cavalos. Depois de estacionar o carro, tem um trilho em terra batida de mais ou menos 2km. Se estiver de 4x4 é possível ir de carro até mais perto da cascata.
Fomos no meio da tarde e o sol de agosto estava de lascar, mesmo muito quente, e quando chegamos a cascata estava cheia (já disse que é melhor ir pela manhã nas cascatas? haha). Mas não íamos perder a viagem e claro que demos alguns mergulhos.
Pitões das Júnias
Pitões das Júnias é uma das aldeias mais altas, tradicionais e pitorescas de Portugal, com quase 1200 metros de altitude, entranhada na Serra do Gerês e com vista para a Barragem de Paradela.
Aproveite para dar uma volta e conhecer uma aldeia portuguesa, com suas charmosas casas de pedra, e observar hábitos e costumes dos que lá vivem.
Depois siga em direção ao Santuário de Santa Maria das Júnias
DIA 2
Não acordamos a tempo de irmos cedo para as cascatas. então alteramos os planos e começamos pelas aldeias históricas.
Santuário de São Bento da Porta Aberta
No caminho em direção às aldeias (saindo da Vila do Gerês), encontra-se o Santuário São Bento da Porta Aberta. Apesar de não ser tão conhecido, é o segundo templo religioso mais visitado de Portugal, atrás apenas de Fátima. Todos os anos são milhares os peregrinos devotos a São Bento que visitam (que vai poder constatar assim que passar por lá).
Em 1640, foi construída uma pequena ermida e como sempre tinha as portas abertas e servia de abrigo a quem passava, foi denominada como São Bento da Porta Aberta.
A igreja por fora, parece não ser nada demais, mas não se engane, é belíssima por dentro, repleta de azulejos e pinturas incríveis. Pena foi que as duas vezes que passamos por lá, estavam tendo celebrações e não consegui nem visitar direito e muito menos tirar uma foto.
Vilarinho das Furnas
Era uma antiga aldeia, situada em Terras de Bouro, que desde 1971 está submersa devida a construção da Barragem de Furnas.
Apesar de trágico, sempre tive curiosidade sobre Atlântida e reinos perdidos e claro que tentamos ver o pouco que sobrou da aldeia.
Porém, o antigo Vilarinho só é visível quando a barragem é esvaziada para limpeza ou quando desce o nível das águas em períodos de seca (o que não foi nenhum dos casos enquanto estivemos pelo Parque Nacional Peneda-Gerês).
Soajo
A aldeia do Soajo tem muitos anos de história e ao andar por suas ruas é imposs´bel não reparar e se encantar pelas casas típicas construídas em lajes graníticas.
Mas a grande atração da aldeira, são os Espigueiros. São 24 espigueiros (usados para secar milho) sobre um enorme penedo de afloramentos graníticos, que foram construídos entre os séculos XVIII e XIX(sendo o mais antigo de 1720!).
Lindoso
Lindoso deriva do latim 'Limitosum' que significa limitador, fronteira, extrema, porque está exatamente na fronteira entre Portugal e Espanha e do alto da aldeia é possível ter um visual deslumbrante do Rio Lima.
O Castelo de Lindoso e os Espigueiros são os principais atrativos da aldeia. O Castelo foi construído na Idade Média com o objetivo de proteger a fronteira e é considerado uma das mais importantes construções militares do país.
Aproveite para se encantar com o visual do castelo para o Rio Lima e a "fronteira, os espigueiros e a Aldeia de Lindoso.
Passamos por Lindoso próximo a hora do almoço e descobrimos por acaso o Restaurante São Martinho, bem junto ao acesso a Aldeia (próximo ao Castelo) e amamos a Posta a Barrosã que comemos. Super saborosa, incrível!
Cascata da Portela Rio Homem
Por último, já no caminho de volta para a Vila do Gerês (que passa pela Espanha saindo de Lindoso), passamos na Cascata Portela Rio Homem, crentes que íamos conseguir dar um mergulho e aproveitar o fim do dia. Mas ledo engano, estava lotaaaaada (já disse que é melhor ir nas cascatas pela manha? hahaha) e optamos por ver do alto só mesmo.
Eis a prova para verem que não é exagero.
DIA 3
Escolhemos este dia para nos dedicarmos a natureza e aproveitarmos ao máximo.
Cascata do Arado
É provavelmente uma das mais famosas do Parque Nacional Peneda-Gerês, junto com a do Tahiti (que não fomos), e tem um acesso fácil.
Fácil entre aspas: só é fácil se após passar a ponte, virar a esquerda e seguir junto ao Rio pelas pedras subindo até chegar a Cascata. Porque se subirem as escadas como a placa indica, vejam só a vista. Não desçam por aí porque é perigoso e difícil de se segurar (fiz isso, porque não sabíamos o caminho correto, mas não recomendo NADA). Sigam por baixo junto ao Rio pelas Pedras que é bem mais fácil.
Mas para admirar a cascata, podem subir as escadas que terão um visual completo.
Fomos cedinho e pegamos a cascata vazia (como queríamos <3), só ainda não batia muito sol, mas isso também varia de acordo com a época do ano. Aproveitamos para curtir um pouquinho o visual, dar um mergulho e tirar umas fotos.
Poço Azul
Só é possível chegar ao Poço Azul fazendo uma trilha de aproximadamente 5km. Para começar, deixe o carro num estacionamento após a Cascata do Arado, onde tem uma sinalização que só é possível circular carro para moradores de Ermida.
Caso tenha um 4x4, é possível seguir de carro até a Casa do Doutor. Mas garanto que vale a pena fazer o trajeto todo a pé e se surpreender com tamanha beleza.
Até a Casa do Doutor é como se fosse uma estrada de terra batida, após é que realmente começa um trilho. Para nos guiarmos e não nos perdermos, utlizamos o aplicativo WILIKOC, que tem versão mobile e também funciona offline. para seguir as trilhas é necessário pagar, mas vale muito a pena, porque o aplicativo avisa caso você saia da rota e monitora todo o seu trajeto também, sem consumir os dados.
Nós usamos a trilha: https://pt.wikiloc.com/trilhas-trekking/trilho-das-cascatas-do-arado-ao-poco-azul-serra-do-geres-6183969
Além da trilha ser linda, com um visual mais incrível que o outro, pode encontrar animais pelo caminho e ir se surpreendendo com as pequenas lagoas que se formam quando cruzamos o Rio até chegar finalmente ao Poço Azul, que dispensa qualquer explicação.
Cenário paradisíaco, água azul cristalina e não muito gelada. Aproveite para se refrescar, descansar e pegar um solzinho antes de fazer os 5km de volta.
Quer descobrir mais um dos segredos do Gerês: então saiba como chegar ao Poço Verde.
ONDE FICAR HOSPEDADO
Como disse, na minha opinião, a melhor região para ficar hospedado é no Gerês (especialmente no centro da Vila) porque acaba por ser uma localização central e próxima as principais e mais famosas cascatas, assim como outras atrações.
A noite, acaba por ser uma boa localização também, o que facilita o acesso aos restaurantes.
Nós ficamos hospedados no Hotel Moderna do Gerês e gostamos muito, o quarto era amplo, tinha ar-condicionado e aquecedor e tudo muito limpo. Sem contar que tem uma localização central fantástica.
Faça aqui uma simulação para as datas que deseja visitar o Parque Nacional Peneda-Gerês.
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES AO VISITAR O PARQUE NACIONAL PENEDA-GERÊS
- É necessário ir de CARRO para se locomover e conseguir conhecer o parque, caso contrário, além de ter que andar muito ficarão restritos aos lugares que conseguem ir.
- Levem REPELENTE e usem de dia e à noite quando forem sair para jantar.
- Não se esqueçam de beber muita ÁGUA durante o dia e usar PROTETOR SOLAR
- Levem também SNACKS ou lanches leves para as cascatas e trilhas, mas carreguem o lixo de volta com voces, hein!!
- MUITO CUIDADO NAS TRILHAS E CASCATAS, não pulem onde não sabem a profundidade, não se arrisquem a subir em pedras ou em partes mais íngremes e altas. Porque grande parte dos acidentes são por imprudência, então MUITO CUIDADO.
- Usem TÊNIS apropriados para as trilhas, assim como também dá jeito aqueles "sapatinhos" de borracha para andar nas pedras e entrar e sair da água sem escorregar.