Belém: Roteiro de 1 dia
Belém é um bairro um pouco afastado do centro histórico lisboeta, mas muito charmoso e com diversas atrações culturais. Entre elas, as mais famosas de Portugal, como a Torre de Belém, o Mosteiro dos Jerónimos e o Padrão dos Descobrimentos. Sem dúvida, é um destino obrigatório para quem vem visitar a capital portuguesa.
Porque vir a Lisboa e não conhecer a Torre de Belém é como ir a Roma e não ver o Papa (haha).
Por isso, aconselho a curtir um dia inteiro de passeios para desbravar com calma e nos mínimos detalhes os encantos desta região.
Como Chegar em Belém:
Para chegar a Belém, existem 3 opções:
1) Comboio: Na Estação de Comboio Cais do Sodré (se não for perto para ir a pé, podem pegar o metro linha verde), devem pegar o comboio (trem) em direção a Cascais e sair na estação de Belém. Os comboios saem de 15 em 15 mim, aproximadamente e o trajeto dura 7 minutos. A passagem custa 1,30€, e o cartão custa 0,50€. Mas se já tiverem adquirido algum cartão Viva Viagem, podem reutilizar. Confiram os stories em destaque no Instagram para entender como funciona o Viva Viagem e o Zapping ;).
2) Elétrico 15: O ponto inicial é na Praça da Figueira, próximo da estação do metrô Rossio, no centro, passa pelo Terreiro do Paço e Cais do Sodré. Existem tanto os tradicionais elétricos ou versões mais modernas tipo um VLT (veículo leve sobre trilhos) circulando na linha 15. O ponto mais perto da Torre de Belém é o “Largo Princesa”, mas também podem desembarcar no ponto “Belém-Jerónimos” ou “Centro Cultural Belém” de acordo com a ordem que preferirem conhecer os monumentos.
A tarifa de bordo do bilhete custa 3€, mas ao usar o Viva Viagem carregado como Zapping (ainda não conferiu os stories em destaque? Corre que tem tudo lá explicadinho!) ou descubra aqui o que precisa saber sobre o transporte público em Lisboa.
3) Táxi, Uber ou Bolt: Dependendo da quantidade de pessoas, pode valer a pena, pegar um uber, taxi ou bolt, porque custa, em torno de, 10€ (dependendo de onde estão partindo) e tem a comodidade de ficarem mesmo à porta do destino.
O que fazer em Belém:
Torre de Belém
Para começar o dia, que tal visitar aquele que talvez seja o monumento mais
icónico de Portugal, que representa a cultura portuguesa em qualquer canto do mundo. A Torre de Belém foi planejada por D. João II e, posteriormente foi continuada por D. Manuel I, como uma fortificação de defesa da Barra do Rio Tejo. Desde 1983 foi condecorada como Património Cultural da Humanidade pela UNESCO. Além disto, desde 2007 é uma das sete maravilhas de Portugal e não é à toa. A entrada custa 6€.
Na minha opinião, a Torre de Belém é incrível, mas impressiona muito mais por fora. Não há quem não fique fascinado pela sua arquitetura manuelina. Mas, na minha opinião, não acho que valha tanto a pena entrar.
Padrão dos Descobrimentos
Após visitarem a torre, que tal uma caminhada beirando o Tejo para conhecer o Padrão dos Descobrimentos?
É uma obra que remete aos tempos de glória da expansão marítima militar e cultural portuguesa e que, de certa forma, faz parte da nossa história. Pois, teoricamente, era daí que partiam as caravelas em buscas de novas descobertas, ou seja, Cabral partiu desse ponto para descobrir o Brasil, em 1500. Por esta razão possui a forma de uma caravela. Em suas laterais, estão esculpidas algumas personalidades portuguesas da época como Bartolomeu Dias, Vasco da Gama, o próprio Pedro Álvares Cabral e Luís de Camões. Na proa da caravela está o Infante D. Henrique, um dos percursores e maiores entusiastas das grandes navegações. Não deixe de subir no Miradouro no Terraço do Padrão. Vale muito a pena!
Lá de cima, pode-se observar uma panorâmica da região de Belém: a Torre, o Mosteiro dos Jerónimos, o Estádio do Restelo, o MAAT, a Ponte 25 de Abril, o Rio Tejo e o Cristo Rei. Em frente a entrada do monumento, tem uma Rosa dos Ventos gigante, muito linda, toda decorada em mármore que representa as direções e descobertas dos navegadores portugueses, e claro que lá está marcado o Brasil. A entrada para subir ao miradouro custa 6€.
Depois procurem pela passagem subterrânea em frente e cairão no Jardim Praça do Império, belo jardim e lugar ótimo para fotos com o Mosteiro dos Jerónimos ao fundo.
Mosteiro dos Jerónimos
O Mosteiro dos Jerónimos foi fundado pelo Rei D. Manuel I no ano de 1496, em um complexo que também abriga a Igreja de Santa Maria de Belém. Inicialmente se chamaria Mosteiro de Santa Maria de Belém, mas acabou por ser doado a Ordem de São Jerónimo.
Comecem a visita pela Igreja, que fica ao lado da fila para entrada no Mosteiro. A entrada é grátis e a Igreja é linda, com diversos detalhes em ouro e um altar majestoso. Mas o que mais impressiona são dois túmulos, um na entrada e outro na saída, de Luís de Camões e Vasco da Gama, respectivamente.
Já dentro do Mosteiro, o que mais impressiona é a arquitetura Manuelina e os arcos que margeiam o claustro. Vários são os ângulos nos quais você pode tirar fotos perfeitas. Na ala norte do claustro está o túmulo, erguido de forma vertical, de Fernando Pessoa. Outro ponto que merece destaque é o antigo refeitório. Além de ser lindo, as paredes estão revestidas de azulejos que representam a multiplicação dos pães e fatos da vida de José do Egito.
Por fim, mas não menos importante, merece destaque também a livraria. Tem um painel muito interessante que conta o paralelo entre a história mundial e os anos de construção do Mosteiro.
A entrada custa 10€.
Pastéis de Belém
Chegou a hora dos tão famosos Pastéis de Belém. Não se pode vir a Belém, sem experimentar este clássico português.
Apesar de achar os pastéis de nata da Manteigaria melhores (quem segue o Viver Portugal há um tempo já sabe que são os meus preferidos), quem é rei nunca perde a majestade. Além disso, nada melhor do que um docinho para aumentar o nível de glicose no sangue e dar aquela injeção de ânimo para continuar o passeio.
Este ícone da pastelaria portuguesa é produzido, neste local, desde o ano de 1837. A receita é supersecreta e compartilhada, somente, pelos mestres pasteleiros. Só posso te dizer uma coisa: vale a pena experimentar esta saborosa iguaria (e claro também comparar com a Manteigaria depois para me contarem qual preferiram, ok?).
Na pastelaria, é servido quente e você pode acrescentar canela e/ou açúcar a parte. Também pode levar para viagem. A verdade é que não importa se está quente, frio, com canela, sem canela. Deve-se, obrigatoriamente, experimentar essa maravilha gastronómica.
Cada unidade custa 1,15€. Geralmente há um fila imensa à porta (mas que é rápida) para comprar os doces. Mas se entrarem, provavelmente, vai estar mais vazio e vão poder se sentar e apreciar com calma os pastéis.
MAAT
Para terminar o dia, o Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT). Para isso, devem tornar a passar pela passagem subterrânea para voltar para as margens do Tejo e andar mais um pouquinho junto ao Tejo em direção ao centro de Lisboa . O MAAT é uma daquelas obras que veio agregar beleza a região de Belém. Foi desenhado pela arquiteta britânica Amanda Levete. Tornou-se um anexo do Central Tejo, o edifício onde está localizado o Museu da Eletricidade da EDP.
O museu recebe diversas exposições de artistas, arquitetos e pensadores contemporâneos. Além disso tudo que já foi falado, outro grande chamariz é tirar fotos em frente a sua linda fachada, as margens do Tejo. Após a sessão de fotos, é “obrigatório” subir até o terraço e fazer outra sessão de fotos. Lá de cima consegue-se observar outras partes da região de Belém, o rio Tejo, a Ponte 25 de Abril e o Cristo Rei. Além disto, também é um ótimo lugar para assistir o pôr do sol. E o melhor: o terraço é de graça!!
A entrada na Central Tejo custa 5€, assim como também custa 5€ para entrar no MAAT. Se optarem por ir nos dois, o bilhete custa 9 €.
Dica Extra ;)
Palácio da Ajuda
Outra opção para descobrirem (e ainda pouquíssimo conhecida pelos turistas) é o Palácio da Ajuda.
Para chegar lá, se estiverem no MAAT (mas sempre podem deixar o MAAT para o fim se quiserem curtir o pôr-do-sol - só atenção que no auge do inverno o sol se põe entre 17h e 18h), é só cruzar a Avenida Brasília e pegar o autocarro (ônibus) 729 na Calçada da Ajuda e sairem no ponto Calçada da Ajuda - GNR. Pronto, estarão quase em frente ao Palácio. Para quem tiver disposição, também é possível ir caminhando (pela Calçada da Ajuda), são apenas 2,2km.
O Palácio da Ajuda foi mandado construir por D.João VI, após o incêndio que destruiu a Real Barraca, residência construída para ser a oficial após o terremoto de 1755. Mas que passou a ser a 2ª residência depois que D.Maria I se casou e tornou o Palácio de Queluz como residência oficial.
Depois que a família real voltou do Brasil, foi ocupado várias vezes (nem sempre como a residência oficial) mas até o fim da monarquia em 1910 foi utilizado como moradia e também para eventos oficiais. Aliás, até hoje é usada para eventos oficiais do governo. Já conseguem imaginar aqueles salões gigantes de jantar, né? Pois é, teeem! Tem mais de uma sala de jantar, sala dos tronos e muito maaais!
Tenho certeza que vão ficar encantados com o Palácio, porque é um dos mais completos e mais bem conservados (porque foi habitado até 1910!).
O bilhete custa 5€.
*Valores atualizados em 29/07/2019